Nova recomendação de usar duas máscaras é do CDC
Há alguns dias surgiu essa nova diretriz da agência americana em resposta às novas variantes do coronavírus que não param de surgir. Essas novas mutações conferem uma habilidade maior de transmissão do vírus, “pega mais fácil” portanto, é mais difícil de controlar a dispersão.
Uma das falhas das máscaras cirúrgicas são as áreas que não se adaptam ao rosto da pessoa. A capacidade de filtração dessas máscaras é muito boa, entretanto não adianta se ficam grandes áreas para entrada de aerossol contaminado. Seria suficiente se a transmissão fosse somente por gotículas, mas já ficou comprovada a transmissão do SARS-CoV-2 também por aerossóis.
Veja na imagem abaixo as quatro áreas mais comuns de desajuste de uma máscara cirúrgica:
1 e 2 – Laterais da máscara
3 – Superior junto ao nariz
4 – Abaixo no queixo
Conheça as estratégias sugeridas
Estratégia 1 – Como usar duas máscaras
A máscara cirúrgica é a primeira a ser colocada e por cima a máscara de tecido por último. Dessa forma obtemos a melhor filtração que é obtida pelo uso da máscara cirúrgica e a melhor adaptação com a máscara de tecido.
Estratégia 2 – Amarrar elásticos da máscara cirúrgica
Filtração é o forte dessa máscara, mas o problema são os espaços e a falta de adaptação que pode ser alcançada amarrando cada elástico, fazendo um nozinho, bem junto da máscara. Depois, precisa dobrar para dentro as sobras das laterais resultantes para completar a tarefa.
Estratégia 3 – Dispositivo plástico reutilizável
Dispositivo plástico próprio com elástico que firma a máscara cirúrgica contra o rosto. O CDC traz essa opção, mas eu procurei por aqui e não encontrei para vender. Imagino que não seja muito confortável, e consegue ser mais feio que qualquer outra opção. Se o produto for rígido pode não cumprir o papel de melhorar a vedação e machucar o usuário.
Estratégia 4 – Cobertura de Nylon
A agência não detalha a opção, mas parece com se fosse uma dessas golas de frio um cilindro aberto em cima e em baixo, de material elástico que você veste sobre a máscara. Mas tem que ser respirável. Não encontrei nada pronto para vender com essas características.
Trouxe todas as opções, afinal de contas o CDC é uma agência respeitável e com certeza estudou muito cada uma antes de recomendar. Mesmo que nos aqui no Brasil ainda não tenhamos em nosso mercado.
Uma opção não contemplada pelo CDC é a utilização de máscaras de tecido com filtros internos. Possivelmente porque esses filtros ainda não estão regulamentados pela agência reguladora americana mas pode ser uma forma de melhorar a capacidade de filtração das máscaras ditas sociais. Esse estudo não analisou essa ideia. Alguns produtores de máscaras reutilizáveis do Brasil tem filtros descartáveis para serem adquiridos com as mesmas. Seria bem interessante testar essa capacidade. Fica uma boa ideia para pesquisar.
Por que as orientações mudam tanto?
Entendo as dúvidas e a desconfiança que as pessoas desenvolveram frente às mudanças quanto às recomendações para minimizar a transmissão do novo coronavírus. Temos que entender que essa é uma pandemia em andamento de um vírus muito novo e que está mutando. Então temos que responder e mudar as nossas estratégias para combatido à medida que conhecemos mais sobre ele.
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Por que os vírus mudam?
As mutações acontecem naturalmente, mas existe nesse caso uma enorme pressão seletiva que nós mesmos aplicamos. As movas mutações são privilegiadas, sobrevivem então se multiplicam e tornam-se prevalentes rapidamente substituindo a versão anterior. É o mesmo que acontece quando usamos antibióticos com as bactérias.
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